Cultura afro-americana

A cultura afro-americana refere-se às contribuições culturais de afro-americanos para a cultura dos Estados Unidos, seja como parte distinta ou dominante da cultura americana. A identidade distinta da cultura afro-americana está baseada em preceitos históricos do povo afro-americano, incluindo o tráfico de escravos para o Atlântico. A cultura, apesar de suas divisões, tem enorme influencia na população estadunidense.

A cultura afro-americana foi, de modo essencial, enraizada na África Ocidental e na África Central, fazendo com que a maioria dos afro-americanos tivessem ascendência iorubá. Compreender a identidade afro-americana é, em termos antropológicos, conscientizar-se das origens como uma grande mistura das Áfricas. Embora a escravidão tenha restringido a capacidade dos afro-americanos de praticarem suas tradições culturais, muitas práticas, valores e crenças, no entanto, sobreviveram ao longo tempo. Algumas se alteraram ou se misturaram com a tradição europeia. A identidade afro-americana foi estabelecida durante todo o período escravista, produzindo uma cultura dinâmica que continua a impactar profundamente a América e todo o mundo.[1]

Os rituais e cerimônias elaboradas constituíram uma parte significativa da cultura ancestral afro-americana. Sociedades da África Ocidental tradicionalmente acreditavam na existência de espíritos que habitavam a natureza em que viviam. A partir deste pensamento, envolviam-se de modo cuidadoso com o ambiente. Acreditavam, também, que existia uma fonte da vida espiritual após a morte, e que os ancestrais operavam entre o criador supremo e os vivos.[2]

No início do século XVIII, o cristianismo começou a se espalhar pelo norte da África. A transfiguração religiosa começou a influenciar as práticas espirituais tradicionais do continente africano. Os africanos escravizados trouxeram essa dinâmica religiosa para a América. A fusão de crenças tradicionais com o cristianismo deu espaço a um lugar comum para a prática de religiões afro-americanas.

Após a emancipação negra, tradições afro-americanas continuaram a florescer nos campos da música, arte, literatura, religião, gastronomia e outros campos. Sociólogos do século XX, como Gunnar Myrdal, acreditavam que os afro-americanos perderam grande parte de seus laços culturais com a África.[3] No entanto, pesquisas de nível antropológico, como as de Melville Jean Herskovits, demonstrou que o laço cultural permaneceu mesmo após a ocorrência da diáspora africana.[4][5][6]

Durante muitos anos, a cultura afro-americana desenvolveu-se separadamente da cultura europeia-americana, por questões ligadas à escravidão e à persistência discriminatória da América. Nos dias atuais, a cultura afro-americana é parte substancial da cultura americana e, no entanto, continua a ser distinta à cultura local.[7]

  1. Gomez, Michael Angelo (1998). Exchanging Our Country Marks : The Transformation of African Identities in the Colonial and Antebellum South: The Transformation of African Identities in the Colonial and Antebellum South. [S.l.]: University of North Carolina Press. p. 12. ISBN 0807861715 
  2. Clayborn Carson, Emma J. Lapsansky-Werner, and Gary B. Nash, The Struggle for Freedom: A History of African Americans, Vol 1 to 1877 ( Prentice Hall, 2012) p.18
  3. James, Jessica S. (junho de 2008). «What Neighborhood Poverty Studies Can Learn from African American Studies» (PDF). The Journal of Pan African Studies. 2 (4): 26 
  4. Herskovits, Melville (1990). The Myth of the Negro Past. Sidney Mintz. [S.l.]: Beacon Press. p. 368. ISBN 0-8070-0905-9 
  5. Opala, Joseph. «The Gullah: Rice, Slavery, and the Sierra Leone Connection». Yale University. Consultado em 22 de maio de 2008. Arquivado do original em 18 de maio de 2008 
  6. «South Carolina – African American Culture, Heritage». South Carolina Information Highway. Consultado em 21 de maio de 2008 
  7. «African American Voices: Slave Culture». University of Houston. 2 de junho de 2007. Consultado em 2 de junho de 2007. Cópia arquivada em 7 de maio de 2008 

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